Conceito: Demanding Brands

Steve Jobs

Marcas antenadas que estão embarcando na viagem em direção ao futuro mais sustentável e responsável do ponto de vista social vão exigir que os consumidores também contribuam. Mesmo que isso signifique algum sofrimento – de caráter financeiro ou outro tipo – para seus clientes.

Sim, os consumidores vão ficar surpresos ao se deparar com uma marca que faz demandas reais e importantes em relação a seu tempo, energia ou carteira. Sim, irá doer quando chegar sua vez de contribuir. Mas, em última instância, os consumidores terão um profundo respeito por uma DEMANDING BRAND verdadeira, que os force a tomar atitudes que – apesar de difíceis – eles reconhecem como certas.

De fato, ser uma DEMANDING BRAND pode muito bem ser a única maneira ainda existente para conquistar o respeito dos consumidores.

O que constitui uma EXIGÊNCIA significativa? Veja aqui por onde é possível começar:

interesses dos clientes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando foi a última vez que a sua empresa agradeceu aos seus clientes?

Qual foi a última vez que você agradeceu de verdade o seu consumidor, o cliente que escolhe o seu produto ou serviço. E não o da concorrência. A vida atribulada do empreendedor muitas vezes pode fazer com que ele simplesmente se esqueça desse aspecto tão importante. E é muito importante agradecer. Se você não pode fazê-lo pessoalmente, transforme isso em uma política da empresa – a ser seguida por todos os seus seis ou 600 funcionários.

Bruce Springsteen  publicou uma carta de agradecimentos aos milhares de fãs que compareceram aos shows da extensa turnê do álbum ‘Wrecking Ball’. Um trecho da agradecimento: “Vocês (fãs) nos trouxeram alguns sorrisos e se comportaram com bom humor e graça”. Tão simples quanto eficiente. A lotação dos shows na última turnê e as vendagens do último disco mostram que a estratégia é a correta – mas não funcionaria se não fosse sincera. Eis outra poderosa dica. Se você for agradecer o consumidor (no caso, fã), seja sincero. Caso contrário, ele vai desconfiar…

Junto da carta, Bruce publicou também um vídeo de agradecimento, que você pode assistir aqui:

O que é que te inspira?

Já faz um bom tempo que eu não paro para ver nenhum tipo de comercial, seja na TV ou na web. Mas com esta série: Gente. É o que inspira gente, a Petrobrás, passou a ser uma empresa que ‘até’ produz e vende combustível, para ser uma instituição que inspira milhões de brasileiros a ser melhores. Sim, é possível um outro tipo de vida com muito esforço, foco, disciplina, coragem, estudo, estudo e estudo e algumas noites sem dormir.

Case: TransferWise: Serviço de câmbio conecta usuários e dribla os bancos

TransferWise, criado por Kristo Käärmann e Taavet Hinrikus, sediado no Reino Unido, é um serviço que conecta consumidores interessados em trocar libras esterlinas e euros (desde novembro de 2012, também inclui dólares) evitando as taxas dos bancos, as altas comissões e/ou as cotações desvantajosas.

As moedas são trocadas de acordo com a taxa média de mercado informada por mercados de câmbio mundiais, e não de acordo com as taxas tradicionais dos bancos de varejo, que costumam ser bem piores. Desde que a empresa foi lançada, em janeiro de 2011, os usuários já trocaram mais de EUR 10 milhões e economizaram mais de EUR 500 mil no processo.

Kristo Käärmann e Taavet Hinrikus

 

Case: Simple

Simple oferece aos usuários operações bancárias simplificadas e acessíveis na internet e por meio de aplicativos móveis.

Apesar de não ter o legado nem a presença física de um banco tradicional, o Simple lançou suas operações completas em julho de 2012 e começou a atender a lista de espera de 125 mil clientes que vinha se formando desde que o lançamento tinha sido anunciado, em 2010.

Simple Bank

Case: SmartThings

Em setembro de 2012, o SmartThings arrecadou mais de USD 1,2 milhão no Kickstarter.

O SmartThings permite aos usuários conectar objetos físicos à internet, fazendo com que possam monitorar e controlar portas, televisores, ares-condicionados, luzes, aquecedores e outros remotamente, por meio de um aplicativo de smartphone, além de receber notificações quando pessoas ou animais de estimação entram ou saem de casa. Os kits do SmartThings têm preço inicial de USD 299.

SmartThings

Case: Lockitron,um aplicativo de segurança residencial

Lockitron é um aparelho e aplicativo que permite aos usuários trancar, destrancar e compartilhar acesso à porta de entrada de casa de modo remoto, usando o telefone celular.

Inicialmente rejeitado pelo Kickstarter, o Lockitron organizou sua própria campanha de crowdfunding para arrecadar fundos por meio de pré-venda.

O objetivo inicial de USD 150 mil em encomendas foi atingido em 24 horas; cinco dias depois do lançamento, a empresa tinha arrecadado USD 1,5 milhão, com reservas excedentes em 1.000% em relação ao objetivo inicial.

Lockitron

Case: Waze aplicativo de navegação

Para um exemplo de como os consumidores com frequência estão dispostos a oferecer mais informações a marcas novas, é só examinar o caso do Waze, de Israel, um aplicativo de trânsito e navegação para smartphone que funciona com informações pessoais divulgadas pelos usuários para formar mapas editados por comunidades.

Longe de causar revolta nos clientes, em 2012 o Waze aumentou sua base de uso de 10 milhões para 36 milhões de pessoas. Uma das razões para isso é que o compartilhamento contribui para fazer um produto melhor: os mapas são atualizados de modo constante e incorporam mudanças “em tempo real” por meio dos dados dos usuários.

O Waze também tem um lado social, em que os usuários têm a possibilidade de se conectar com outros motoristas e compartilhar informações sobre problemas no trânsito e preço da gasolina.

waze

Case: Who Gives A Crap: Marca de papel higiênico doa lucros para ajudar a instalar banheiros no mundo em desenvolvimento

Who Gives a Crap é uma marca de papel higiênico da Austrália que doa 50% de seus lucros para ajudar a instalar banheiros em países em desenvolvimento.

A marca atingiu seu objetivo no site de crowdfunding Indiegogo em agosto de 2012 com a arrecadação de USD 50 mil em 50 horas. Um pacote com 24 rolos da marca custa USD 20.

Isto é prova de que existe lugar para as marcas novas até nos setores mais estabelecidos e “maduros” 😉

Who Gives A Crap

Case: W Motors, carros de luxo do Oriente Médio

Não, as marcas que começam do zero (novas marcas)  nem sempre vão ser mais limpas nem mais progressistas (infelizmente).

Em janeiro de 2013, a W Motors, sediada em Beirute, apresentou o HyperSport no Qatar Motor Show. Com motor de 750 hp, o HyperSport é capaz de alcançar a velocidade máxima de 386 km/h e custa USD 3,4 milhões. A marca (que é a primeira de carros esportivos de luxo da região árabe) tinha planos para produzir apenas sete unidades do “hipercarro”, mas recebeu mais de cem encomendas na semana seguinte ao lançamento. Este é um sinal de que consumidores com muitíssimo dinheiro vão gastar quantias seríssimas em uma marca nova sem histórico nem legado.

W Motors